Decidimos mostrar a nossa cara!
Em nossa última plenária, no dia 08/11/2012, fizemos uma discussão sobre a
situação atual da UnB, em especial do movimento estudantil. Viemos compartilhar
nossas reflexões iniciais e trazer esse acúmulo para discutir com o conjunto da
esquerda, para a formulação de um programa unitário e consequente com as lutas
do movimento estudantil.
Não somos os estudantes que se conformam, mas somos aqueles que se indignam. Somos a galera que, apesar das dificuldades, acredita e se levanta. Vamos sempre exigir o direito a um futuro – a um futuro em que sambamos diferente. Temos consciência de que é possível mudar, mas que a mudança só virá com muita luta.
Não somos os estudantes que se conformam, mas somos aqueles que se indignam. Somos a galera que, apesar das dificuldades, acredita e se levanta. Vamos sempre exigir o direito a um futuro – a um futuro em que sambamos diferente. Temos consciência de que é possível mudar, mas que a mudança só virá com muita luta.
Viemos da luta do estudante de baixa renda pelo
direito a assistência. Somos parte da luta do LGBT por igualdade e dignidade. Semeamos
a luta da negra e do negro de poder entrar na universidade e lutaremos por uma
universidade para todos os trabalhadores. Queremos uma universidade junto com
os movimentos sociais e a serviço da transformação social.
Sonhamos sim, e sonhamos alto. E o movimento
estudantil é quem sustenta nossas esperanças: decidimos sonhar e acordamos
nessa batalha. Mas hoje somos capazes de perceber que, para seguir sonhando,
temos que vencer aqueles que querem que não sonhemos.
Ao longo de sua bela história, o movimento
estudantil da UnB sempre pode confiar em um grande apoiador de suas lutas, o
DCE. Hoje não podemos mais contar com esse apoio. A atual gestão do DCE,
Aliança pela Liberdade, não quer saber do movimento estudantil e seus sonhos.
Quer um DCE sem política, que seja pragmático (e burocrático). Quer um DCE
parlamentarista e sem lutas.
Mas a universidade mais uma vez mostrou a
necessidade de lutar; e o movimento estudantil apontou o caminho. A gestão do
DCE não queria a greve, mas foi obrigada a convocar uma assembleia por conta de
um abaixo-assinado de 31 CAs. Deflagramos a greve estudantil na UnB com a
presença de mais de seiscentos estudantes. Paralisamos as aulas e partimos pra
luta. Defendemos a paridade, ocupamos a reitoria com a pauta da assistência,
fizemos campanha pela creche universitária e grandes manifestações na
esplanada! Atuamos em unidade com mais de quarenta universidades em greve
estudantil, pelo Comando Nacional de Greve dos Estudantes. Avançamos na mobilização
e na organização dos estudantes na UnB e em todo o país, com importantes
vitórias.
Os estudantes que lutam e nós do Coletivo Há Quem Sambe Diferente não nos intimidamos! Estamos aqui para mostrar que o estudante vai seguir sonhando, e que nós vamos seguir lutando. Mesmo sem o apoio do DCE, seguimos em defesa da educação pública, da paridade e da assistência. Fomos firmes no enfrentamento aos projetos do governo, que precarizam a universidade e tentam impor uma escolha aos estudantes: ou expansão, ou qualidade. Dissemos que queremos as duas! E fizemos a maior greve da história das federais, porque acreditamos nessa luta.
Os estudantes que lutam e nós do Coletivo Há Quem Sambe Diferente não nos intimidamos! Estamos aqui para mostrar que o estudante vai seguir sonhando, e que nós vamos seguir lutando. Mesmo sem o apoio do DCE, seguimos em defesa da educação pública, da paridade e da assistência. Fomos firmes no enfrentamento aos projetos do governo, que precarizam a universidade e tentam impor uma escolha aos estudantes: ou expansão, ou qualidade. Dissemos que queremos as duas! E fizemos a maior greve da história das federais, porque acreditamos nessa luta.
Entretanto, sabemos que se tivéssemos o apoio
do DCE nossas lutas teriam sido mais fáceis e, provavelmente, nossas vitórias
teriam sido maiores. O movimento estudantil da UnB precisa retomar a nossa
entidade para as lutas do movimento estudantil. Temos certeza de que o primeiro
passo para essa vitória se dá com muita unidade. E agora estamos confiantes
para defender esse nosso programa forte e de luta, que vamos apresentar nas
eleições do DCE. Forte, porque não o defenderemos sozinhos. Teremos agora um
grande trunfo: A UNIDADE DA OPOSIÇÃO! A oposição daqueles que defendem um
movimento estudantil ativo e com um programa questionador, crítico e político.
Lutamos por uma universidade que não seja só para
uma elite rica e branca. Defendemos as cotas, a expansão e a democratização da
universidade. Mas a reforma universitária do governo federal, via REUNI, zuou
com as federais. Migalha não rola! Queremos que a educação seja prioridade, e
não a construção de estádio pra Copa ou pagamento pra banqueiro de juros da
dívida! Exigimos 10% do PIB pra educação pública já! Se não bastasse, o governo
federal ainda cortou bilhões de reais da educação nos últimos anos...
A assistência estudantil não é caridade, é um
direito! Exigimos que a universidade ofereça condições de permanência para os
estudantes. Bolsa para todos que precisam! Queremos que as mães que engravidam
não tenham que largar seu curso, por isso exigimos a construção de uma creche
universitária na UnB. Um RU lotado e precarizado, enquanto se constrói um monte
de lanchonetes: alimentação pra quem?! Mas sabemos que assistência não se faz
sem verba, queremos R$ 2 bilhões para o PNAES!
Quando falta verba do governo federal, sobra
exploração. As FINATECs da vida continuam surfando no discurso de serem a
solução para a falta de recursos pra universidade, enquanto já são vários os
professores da UnB que cobram por cursos que dão na universidade “pública”. A oposição quer uma
universidade em que a produção de conhecimento esteja a serviço daqueles que
trabalham e não daqueles que lucram! Educação não é mercadoria!
Mulheres também não são mercadorias! Uma
universidade sem segurança e sem iluminação é condescendente com os casos de
violência e estupro à mulher. A Polícia Militar não é solução para a segurança,
muito pelo contrário, só reproduz o machismo, a violência e a opressão.
Queremos um combate real às opressões a mulheres, negros e LGBTs na UnB!
Somos oposição também à falta de democracia na
universidade! Paridade não é só em dia de festa pra eleger o reitor. Democracia
na universidade é paridade nos conselhos e nos colegiados. Democracia é com congresso
estatuinte paritário para decidir novos rumos para a universidade!
Reivindicamos também um congresso dos
estudantes, como prevê o estatuto do DCE. O movimento estudantil precisa se
aproximar dos estudantes! Precisamos discutir a falta de política para os
estágios; a falta de laboratórios para as práticas; e também a bagunça na matrícula
e a dificuldade dos estudantes pegarem as disciplinas de que precisam. Mas os
estudantes também entendem que o espaço da universidade é espaço de
convivência: festas e atividades culturais também fazem parte da vivência
universitária!
Mas a universidade não é uma bolha. O movimento
estudantil também precisa lutar contra a destruição das florestas e o
extermínio dos Guaranis-Kaiowas. Vamos nos indignar com a violência policial e
com a exclusão dos oprimidos. Estudante também luta por transporte. Também defende
as famílias da desocupação forçada de suas casas. Também luta para que a mulher
tenha direito sobre seu corpo e seu ventre; e que possa sair na rua usando a
roupa que quiser. Sonhamos e lutamos por um mundo livre, justo e profundamente
democrático, seja dentro ou fora da UnB.
Temos uma grande tarefa para essas eleições:
recuperar o DCE para as lutas do movimento estudantil e de toda a juventude que
sonha e quer lutar! Queremos um DCE que faça jus à história dos estudantes da
UnB que foram perseguidos, torturados e mortos lutando pelos mesmos ideais que
hoje nos orgulhamos em defender. Estamos diante de um grande passo, que é a
UNIDADE da oposição de esquerda! Agora é hora de discutir com os colegas, fazer
cartazes, passar em sala e convencer a toda UnB de que nossos sonhos não
morreram e de que seguiremos lutando, sempre.
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